Ajuste financeiro do governo federal e do GDF restringiu a criação de cargos e a contratação de servidores, mas seleções em andamento ainda oferecem boas chances para candidatos a um posto no setor público
Com o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica, os cofres do Tesouro estão fechados para a contratação de novos funcionários. Entretanto, ainda há boas oportunidades para quem pretende ingressar no serviço público. No momento, há, em todo o país, 30.506 vagas, distribuídas entre 162 concursos em andamento. Com o ritmo menor na abertura de seleções, no entanto, é preciso se preparar em dobro, pois a concorrência pelas chances disponíveis deve crescer.
Na avaliação de especialistas, mesmo com o governo sem caixa, os concurseiros não ficarão a ver navios. "Se o governo federal não promover seleções, teremos o estrangulamento de algumas atividades, como arrecadação, auditoria, regulação, previdência, saúde, segurança e educação", avalia o diretor-presidente do Gran Cursos, José Wilson Granjeiro. A Lei Orçamentária Anual de 2015, aprovada no fim de março, autoriza a criação de 28.957 cargos e preenchimento de 41.244 ao longo do ano. Segundo Granjeiro, as vagas são resultantes de aposentadorias, exonerações e falecimentos. "São postos que precisam ser preenchidos sob pena de algumas atividades serem interrompidas", acrescenta.
Negociações
Atual diretor executivo da Escola de Governo do Distrito Federal (Egov ), instituição ligada ao GDF, Granjeiro acredita que, apesar da grave crise financeira das administrações local e nacional, editais importantes sairão nos próximos meses, com provas a serem realizadas ainda este ano — apenas as nomeações seriam postergadas. "As duas gestões estão arrumando a casa e ajustando as contas para decolar. É um processo difícil porque, antes de ampliar a quantidade de pessoal, é preciso negociar contratos, reduzir custos e aumentar receitas", explica.
No DF, contratações foram congeladas após o GDF ter atingido o limite de despesas com funcionários estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A Secretaria de Gestão Administrativa e Desburocratização (Segad) informou que, "até o fim de maio, ou até que se baixe o índice de gastos com a folha de pagamento, a lei proíbe que o governo conceda aumentos, crie cargos, altere estruturas e tome quaisquer medidas que gerem ônus aos cofres públicos". Contudo, Granjeiro ressalta que processos seletivos para educação, saúde, ou segurança pública, ou para contratações temporárias nessas áreas, podem ser exceções à regra.
Oportunidades
A Polícia Civil do DF está com 100 vagas para o cargo de delegado, 20 para o de médico-legista e 50 para papiloscopista, além de oportunidades para cadastro reserva. Os candidatos devem ter curso superior completo, sendo que, para delegado, é necessária graduação em direito. Os interessados devem ficar atentos ao prazo de inscrição, que se encerra na sexta-feira.
Outro concurso que tem chamado a atenção na capital federal é o do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Com 228 vagas para juiz substituto, e salário de R$ 23.997,19, o certame tem atrativos de sobra para ser um dos mais concorridos. Independentemente da seleção, os candidatos devem ter foco no órgão almejado e dedicação nos estudos. "É importante realizar provas de concursos anteriores e estudar com afinco as matérias básicas. Assim, quando sair o edital, o concorrente terá uma base forte e poderá se concentrar nos conteúdos específicos", salienta Granjeiro.